Entre as margens do tempo,
onde os ecos daquilo que fui ainda sussurram,
teço com palavras a ponte que une o ontem ao agora.
O vento, como um amante distante,
acaricia os pensamentos adormecidos,
despertando no silêncio os rostos que foram,
as mãos que escreveram,
os passos que caminharam nas sombras e na luz.
E no seio do presente,
onde o que fui repousa e dança,
encontro o reflexo dos meus próprios olhos,
os espelhos que a alma tocou.
A beleza do que vivi não é mais lembrança,
mas uma tinta viva nas minhas veias,
um abraço invisível que se estende,
um conforto encontrado no coração das palavras.
É um sonho surreal,
onde o passado e o presente se entrelaçam
num romance sem fim,
um amor sem tempo,
que se revela em cada verso,
em cada suspiro que respira
no labirinto das minhas memórias.
E assim, entre o que fui e o que sou,
continuo a ser, em cada palavra,
a ponte que une o ontem ao agora, sem fim,
mas com a força de um eco que persiste,
um amor que se renova,
um reflexo que se reinventa,
nunca se apaga.
Sem comentários:
Enviar um comentário