Nenhum deus governa este triângulo,
onde três corpos se atraem
e nunca repousam.
Cada um gravita, sonha, desvia,
um instante de harmonia
e logo, o abismo.
Não há órbita segura,
nem destino fixo,
só o eterno quase,
o quase equilíbrio,
o quase queda,
o quase paz.
O problema não é a força,
mas a liberdade,
o excesso de escolha,
o número incalculável
de futuros.
E assim gira o cosmos,
sem mapa, sem maestro,
apenas corpos
que se seguem,
se perdem,
se reinventam.
Como nós,
presos uns aos outros
num bailado instável,
onde amar é colidir,
viver é flutuar,
sem nunca saber
se voltaremos
ao mesmo céu.
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