Não temo o vento
quando ele dança nas copas,
porque sei onde repousa o silêncio;
nas entranhas da terra,
onde o tempo não mente
e o saber não se apressa.
As minhas raízes
não gritam,
mas sustentam,
são feitas de páginas lidas
em noites fundas,
de perguntas que não quis calar,
de nomes antigos que só o coração lembra.
O mundo sopra forte
com as suas pressas e promessas,
mas eu permaneço,
não por rigidez,
mas por profundidade.
Há uma paz em saber
que não preciso vencer a tempestade
se ela não me desenraíza.
O saber não é escudo,
é solo.
E a sabedoria?
Essa cresce para dentro
como água que se faz seiva,
não se mostra,
mas sustenta o que floresce.
Por isso caminho,
mesmo quando o céu range,
porque levo comigo
o peso leve de quem já desceu o suficiente
para saber subir
sem medo.
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