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sábado, 26 de julho de 2025

Quando as raízes sabem / J.M.J.

Não temo o vento

quando ele dança nas copas,

porque sei onde repousa o silêncio;

nas entranhas da terra,

onde o tempo não mente

e o saber não se apressa.

 

As minhas raízes

não gritam,

mas sustentam,

são feitas de páginas lidas

em noites fundas,

de perguntas que não quis calar,

de nomes antigos que só o coração lembra.

 

O mundo sopra forte

com as suas pressas e promessas,

mas eu permaneço,

não por rigidez,

mas por profundidade.

 

Há uma paz em saber

que não preciso vencer a tempestade

se ela não me desenraíza.

O saber não é escudo,

é solo.

 

E a sabedoria?

Essa cresce para dentro

como água que se faz seiva,

não se mostra,

mas sustenta o que floresce.

 

Por isso caminho,

mesmo quando o céu range,

porque levo comigo

o peso leve de quem já desceu o suficiente

para saber subir

sem medo.

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