Antes da curva da luz,
antes da dança da célula,
houve uma vontade;
sem mãos,
sem tempo,
um sopro que era ver.
Não eras tu ainda,
nem era o mundo,
mas já pulsava o querer de seres tu,
já palpitava o desejo da pedra,
do vento,
do ventre.
Não há dentro,
não há fora;
a fronteira é um feitiço de carne
e tu és o campo que sonha
por olhos breves,
uma faísca do Todo
a lembrar-se de si.
A mente não pensa,
recebe,
e o corpo não sente,
ecoa.
E tu,
pequeno infinito,
és mais real do que o teu nome,
porque foste visto
antes da primeira estrela.
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