Seguidores

sábado, 26 de julho de 2025

No silêncio das células / J.M.J.

No silêncio das células

um universo se revela,

não na distância fria dos astros,

mas na carne pulsante,

onde estrelas mortas e frias

dançam entre os veios do olhar.

 

Olho-me

e encontro galáxias,

não fixas, mas em movimento,

rodopiando no espaço íntimo

onde o tempo escapa,

onde a alma se abre em fissuras invisíveis.

 

A profundidade não é abismo,

é abraço,

um mistério que não pede respostas,

mas convite para ficar,

para sentir o universo vibrar

na íris que se espraia em infinito.

 

Somos cosmos em carne,

estrelas que queimam por dentro,

não para brilhar no céu,

mas para iluminar o que somos

antes do nome, da forma,

antes da busca e do medo.

 

E no olhar,

esse espelho do tudo e do nada,

descubro que o infinito é simples:

é o silêncio onde somos tudo,

onde o amor, talvez,

se revela sem luz nem sombra,

apenas presença.

Sem comentários:

Enviar um comentário