No silêncio das células
um universo se revela,
não na distância fria dos astros,
mas na carne pulsante,
onde estrelas mortas e frias
dançam entre os veios do olhar.
Olho-me
e encontro galáxias,
não fixas, mas em movimento,
rodopiando no espaço íntimo
onde o tempo escapa,
onde a alma se abre em fissuras invisíveis.
A profundidade não é abismo,
é abraço,
um mistério que não pede respostas,
mas convite para ficar,
para sentir o universo vibrar
na íris que se espraia em infinito.
Somos cosmos em carne,
estrelas que queimam por dentro,
não para brilhar no céu,
mas para iluminar o que somos
antes do nome, da forma,
antes da busca e do medo.
E no olhar,
esse espelho do tudo e do nada,
descubro que o infinito é simples:
é o silêncio onde somos tudo,
onde o amor, talvez,
se revela sem luz nem sombra,
apenas presença.
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