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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O rei brilhou e o justo nasceu

O rei tornou-se
sucessivamente grande,
e logo brilhou
quando se escondeu;
saiu da longa noite
onde perecia visível
no inferno do indefinível
e na infinitude dos sentidos.
E a nona seta
apontava, perfeita no arco,
para as estrelas deste fado
preso de limites,
cantado por vozes
que não se cansam
em transcender o canto.
E ascenderam, nos corações,
de esperança, outros ventos.
E fez-se breve
a primeira estação;
por ser ainda tempo
de má colheita.

O rei brilhou
e o justo nasceu,
herdando uma cadeira
já morta.

E outras flores,
por fim,
animaram o futuro.

Mas o lírio
nunca (re)nasceu.


27091968
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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Além Finis Terrea

Neste mar
de eternos marinheiros
e de sonhadores poetas,
com o último fogo
ateado por instintos nómadas,
ascendendo no nono degrau
dos reflexos rápidos
e da independência.
De animus ferido de morte
em derradeiro renascer de heroína,
escondido nas profundezas
de todo o bom espírito
onde se recolhe o Sol
à meia-noite,
bem debaixo dos pés do mundo,
em chão de tempo,
suportado por colunas
de vagas lembranças,
fortes de prima emoção,
e de libido de conquistas...
Espreita o negrume
da tempestade
e agitam-se ondas de descrença,
ameaçando o deus da revolta
e da liberdade,
a transcendência,
a mudança,
e o efervescer do caos,
a subida de marés vivas,
até ao cimo do céu, onde,
persiste, outro fado,
o reino do absurdo
e da utopia,
e, Cronos voltará a esforçar-se,
até que das margens do poder
inundadas e varridas
em todo o inverno,
nasça um cardume de coragem
e de saber,
num prometido ponto vernal, qualquer,
que conduza a barca do Império
além Finis Terrae,
à descoberta,
de sensatus humanus
Mar de Universo.

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