Basta de mansidão.
Há quem durma com os olhos abertos
e a alma vendida ao primeiro discurso que prometa conforto.
A ignorância já não é inocência,
é escolha.
Bebem mentiras como quem sorve água limpa,
e ainda agradecem ao lobo
por os manter no curral
e chamam de liberdade
o medo bem embrulhado.
Não querem saber
e orgulham-se disso,
e quem pensa é “inimigo”,
quem questiona é “perigo”,
o erro tornou-se virtude
e a verdade, uma ameaça.
Então é o limite,
não sussurres,
fala alto,
fere, se for preciso,
mas com verdade.
Diz-lhes que estão a ser usados
como gado,
que os líderes que veneram
não passam de vendedores de névoa,
que a mentira grita porque tem medo do silêncio
onde a verdade se revela.
Acorda-os, nem que seja com um estrondo,
abana-lhes os alicerces,
rasga os panos que lhes cobrem a consciência,
porque quem não quer ver
acaba por servir
quem nunca quis ser visto.
E se te odiarem por isso,
melhor,
é sinal que algo tocaste;
o despertar começa muitas vezes
com raiva.
Mas é melhor serem feridos por palavras,
do que mortos por promessas.
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