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terça-feira, 29 de julho de 2025

O Que Vale / J.M.J.

Nenhum ouro vale o zumbido

da abelha pousando no mundo,

Nenhum cifrão compra o voo

que fertiliza o fruto.

 

Petróleo arde,

mas não sacia,

brilha o metal,

mas não rega a terra.

 

Rios não bebem promessas,

flores não brotam de cifras,

e o pulmão da floresta

não respira lucros.

 

O que sustenta

não é contado em bolsas,

mas em gotas,

pólen, silêncio e clorofila.

 

Se a água secar,

não haverá quem compre

a sede.

 

Se as abelhas cessarem,

o pão do amanhã

desaparecerá em silêncio.

 

O mundo,

não sendo mais fértil,

também deixará

de ser rico.

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