Procurei sem parar,
e a cada passo,
o que encontrava
me perturbava mais.
Era como se o mundo se desfizesse
em pedaços de mim
que não reconhecia.
A luz da verdade cegava,
mas, ao mesmo tempo,
desvelava o que nunca soubera que existia.
Apertava, a dor de ver.
Mas a visão não podia ser ignorada,
não podia ser revertida.
E então, quando a perturbação parecia impossível de
suportar,
algo se abriu,
como uma flor desabrochando
no meio de uma tempestade.
Maravilhei-me com a dor.
Ela não era mais fardo,
mas chave.
Eu não era mais um ser perdido,
mas alguém que se via inteiro,
num espelho que refletia tanto o belo quanto o
grotesco.
Essa verdade não me anulou,
mas me ergueu
e agora, posso ver com clareza
que sou mais do que as peças quebradas
do que os rostos que vesti.
Ainda continuo a procurar,
pois a jornada não tem fim,
mas cada passo, cada revelação,
me aproxima daquilo que, talvez,
seja o meu verdadeiro rosto.
E, com ele, finalmente,
domino a minha própria vida.
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