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sábado, 26 de julho de 2025

O Grito que o Céu Ouve / J.M.J.

Gaza não é apenas terra ferida,

é nervo exposto do universo,

ponto de dor tão profundo

que ecoa além da matéria.

 

Cada explosão abala constelações,

cada pranto atravessa galáxias,

cada corpo caído imprime luto

na partitura secreta do cosmos.

 

O pó que cobre os olhos das crianças

não é só ruína,

é véu sobre a face esquecida do humano,

é sombra lançada sobre a luz.

 

E mesmo o silêncio que se segue

não é ausência,

é grito contido,

urgência que vibra

no âmago do invisível.

 

Quem sente, escuta,

quem se cala, abandona,

quem ora, acende brasas

no altar da compaixão universal.

 

Gaza é mais que tragédia,

é espelho da nossa falência,

mas também farol aceso na noite

para quem ainda busca ver.

 

Pois onde a dor se concentra,

há um rasgo,

uma fenda onde a luz, se chamada,

pode atravessar.

 

E se formos ponte,

se formos voz,

se formos gesto vivo de lembrança,

então talvez,

um dia,

o universo inteiro respire em paz

com esse fragmento sagrado da Terra

que vive também

no mais íntimo da nossa alma.

 

Não o ignoremos,

devolvemo-lhe o sopro,

com a força silenciosa

do Amor que nos compõe.

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