Em cada fio de vento, o homem nasce,
e o eco do seu primeiro suspiro é um grito no infinito,
onde o ontem é um retrato desbotado
e o amanhã é uma sombra que se desvanece.
O tempo, uma linha quebrada, que não se vê nem se toca,
flui como um rio que nasce do abismo e se dissolve nas estrelas.
Os passos do homem são danças de fogo e silêncio,
não há destino, há apenas a busca,
por aquilo que se perde antes mesmo de ser encontrado.
E, no entanto, tudo é presente,
tudo é agora,
tudo é eternidade.
A terra não conhece fronteiras,
mas o homem se constrói em paredes invisíveis,
e nas veias do mundo corre o sangue da diversidade,
onde o "outro" é espelho e segredo.
Mas em cada gesto, em cada palavra,
a verdade do ser se renova,
e o respeito,
como uma chama oculta, que nunca se apaga,
tece a trama invisível da união.
Somos filhos do vento e da maré,
destinos dispersos,
mas, ainda assim, somamos a mesma essência,
uma essência que o tempo não toca,
uma essência que é feita de alma e de pedra,
de sonho e de aço.
E assim, caminhamos,
sem pés,
sem terra,
só o vazio da jornada,
perdidos entre o som das estrelas e o grito do silêncio,
onde o céu se fecha e se abre como uma boca sem palavras.
A liberdade é o ar que respiramos,
mas não sabemos de onde vem nem para onde vai,
e a dignidade,
é a sombra que nunca nos alcança,
um reflexo sem corpo,
uma luz que se desfaz antes de tocar o solo.
E o amor,
o amor é a onda que se ergue e se esvai,
um espólio que reflete o vazio daquilo que não podemos tocar,
uma chama que não queima,
um eco que não responde.
Somos tudo o que não podemos ser,
e o que seremos é apenas a espuma que o vento leva.
E ainda assim, seguimos,
por entre sombras que se dissolvem em luz,
no espaço onde o tempo se perde
e a ausência se faz presente,
sem mapas, sem fronteiras,
apenas a névoa que nos envolve,
e o eco das estrelas que nos guia,
sem saber se estamos indo ou voltando,
mas, ainda assim, nos dissolvemos no som do vazio,
como se o próprio infinito fosse nosso reflexo,
e a realidade, uma sombra que nos toca sem nos ver.
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