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segunda-feira, 7 de julho de 2025

O Eco da Eternidade / J.M.J.

Em cada fio de vento, o homem nasce,

e o eco do seu primeiro suspiro é um grito no infinito,

onde o ontem é um retrato desbotado

e o amanhã é uma sombra que se desvanece.

O tempo, uma linha quebrada, que não se vê nem se toca,

flui como um rio que nasce do abismo e se dissolve nas estrelas.

 

Os passos do homem são danças de fogo e silêncio,

não há destino, há apenas a busca,

por aquilo que se perde antes mesmo de ser encontrado.

E, no entanto, tudo é presente,

tudo é agora,

tudo é eternidade.

 

A terra não conhece fronteiras,

mas o homem se constrói em paredes invisíveis,

e nas veias do mundo corre o sangue da diversidade,

onde o "outro" é espelho e segredo.

Mas em cada gesto, em cada palavra,

a verdade do ser se renova,

e o respeito,

como uma chama oculta, que nunca se apaga,

tece a trama invisível da união.

 

Somos filhos do vento e da maré,

destinos dispersos,

mas, ainda assim, somamos a mesma essência,

uma essência que o tempo não toca,

uma essência que é feita de alma e de pedra,

de sonho e de aço.

 

E assim, caminhamos,

sem pés,

sem terra,

só o vazio da jornada,

perdidos entre o som das estrelas e o grito do silêncio,

onde o céu se fecha e se abre como uma boca sem palavras.

A liberdade é o ar que respiramos,

mas não sabemos de onde vem nem para onde vai,

e a dignidade,

é a sombra que nunca nos alcança,

um reflexo sem corpo,

uma luz que se desfaz antes de tocar o solo.

 

E o amor,

o amor é a onda que se ergue e se esvai,

um espólio que reflete o vazio daquilo que não podemos tocar,

uma chama que não queima,

um eco que não responde.

 

Somos tudo o que não podemos ser,

e o que seremos é apenas a espuma que o vento leva.

E ainda assim, seguimos,

por entre sombras que se dissolvem em luz,

no espaço onde o tempo se perde

e a ausência se faz presente,

sem mapas, sem fronteiras,

apenas a névoa que nos envolve,

e o eco das estrelas que nos guia,

sem saber se estamos indo ou voltando,

mas, ainda assim, nos dissolvemos no som do vazio,

como se o próprio infinito fosse nosso reflexo,

e a realidade, uma sombra que nos toca sem nos ver.

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