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terça-feira, 27 de agosto de 2013

O risco

Não há como minimizar o risco,
perante o que ainda se tem a viver,
mas sim agarrar as armas
que fomos construindo
para que pacientemente
nos consigamos transcender.

Para quê fugir do abismo
se é necessário conhecer a morte,
para que ainda nos seja possível mais primavera?

Em cada batalha,
o grande adversário está em nós.
Os outros são meros figurantes
que fabricamos para nos confundir
ao fim que mais importa vencer.

Amo-te...

Amo-te
e quero-te
sempre bem
e de mim, 
e distante,
para que não mais se fira
tão nobre sentimento.

O Amor, 
jamais morrerá!

Quebram-se 
hábitos...

Poucos são...

Poucos são os que crescem
e têm coragem
de se confrontar
e vencer,
para que se cumpram…
A maioria perde-se
com o olhar
e na cobiça...
Negando-se ao tempo,
que é tão pouco,
quando tanto há por fazer.

Há deuses

Há deuses no céu
de nossas cabeças,
que teimam em nos cansar,
por tanto crermos
que nos sejam servis;
por causas banais
ao que ficámos presos…
Quando há um universo
de tanta coisa por descobrir
e gente de corpo e alma
para (nos) abraçar
e outro(s) deus(es) a louvar
na liberdade de todo o possível.

Cada um de nós é parte do mundo,
mas não é (o) mundo.

domingo, 25 de agosto de 2013

O sonho de se fazer


Deverei ser arrogante
para com o hipócrita
ou me confinar ao silêncio
para que seja igualmente falso?

Nada pior do que fingir perfeição
em Terra de aprendiz,
como se houvesse essa glória,
sem que se seja antes e toda a vida mortal.

O sonho de se fazer,
nada tem a ver com a ilusão do que se é,
porque não há verdade para a existência.
Só o tempo ditará a importância do que se foi,
por tudo o que se causou.

Deve pesar-nos a responsabilidade do futuro
e não os erros que nos ensinaram a chegar até aqui.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Ainda é tempo

Não se herda a pobreza,
cresce-se de cegueira,
sofre-se submisso à culpa,
respeita-se em contrariedade,
a arrogância do preconceito,
sonha-se a dormir,
corre-se de pé,
luta-se com medo,
estimula-se o amador,
nega-se a aventura,
silencia-se o desejo,
foge-se do amor.

Cobre-se de negro
o espelho que reflicta
a coragem da alma,
habita-se na solidão
de um metro quadrado
e morre-se rodeado de gente,
no arrependimento
de nunca se ter vivido.

Impera a inteligência do Espírito,
ainda é tempo de abundância,
na riqueza de ser feliz,
diferente,
Eu.


João Jacinto
in (Re)cantos da Lua

Criar

Criar é uma forma de amar,
de dar e ser possuído.
É a explosão que vem do nada,
a divisão infinita das ideias
na multiplicidade de todos os sentidos.
É a fantasia da alma sofrida,
marcada pela realidade da carne.
É o entendimento do espaço no tempo,
na sensibilidade compactada de vontade sem limite.
É a força espontânea
da incontrolada angústia de viver.
É a transparência da semelhança
que nos sobrepõe.
É o envelhecimento do espelho,
quando mais nada resta de nós.

E Deus
criou o homem à sua imagem,
para que ele criasse a sua própria vida.



João Jacinto
in (Re)cantos da Lua