Não os culpes de imediato.
Foram ensinados a crer
sem perguntar,
a aceitar o brilho
mesmo quando a luz
não aquece.
Foram treinados a correr
atrás do que brilha,
não do que permanece.
Mas agora,
há um silêncio que grita por dentro,
uma fissura no vidro,
onde antes tudo parecia certo.
É aí que entras,
não com fúria,
mas com verdade,
não para vencer,
mas para sacudir.
Diz-lhes que a liberdade
não se promete,
constrói-se,
e que a justiça
não cabe num slogan,
nem o futuro num discurso feito de sombras.
Lembra-lhes
que pensar dói,
mas mentir apodrece.
Não tragas respostas,
faz perguntas,
não ofereças muros,
abre janelas,
mesmo que não queiram olhar,
mesmo que virem o rosto,
continua.
Porque um só pensamento desperto
tem mais força
do que mil vozes repetidas.
E mesmo que não te ouçam hoje,
terás deixado uma faísca
e às vezes,
a chama começa
na dúvida mais pequena.
Sem comentários:
Enviar um comentário