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domingo, 27 de julho de 2025

Faíscas no Silêncio / J.M.J.

Não os culpes de imediato.

Foram ensinados a crer

sem perguntar,

a aceitar o brilho

mesmo quando a luz

não aquece.

 

Foram treinados a correr

atrás do que brilha,

não do que permanece.

 

Mas agora,

há um silêncio que grita por dentro, 

uma fissura no vidro,

onde antes tudo parecia certo.

 

É aí que entras,

não com fúria,

mas com verdade,

não para vencer,

mas para sacudir.

 

Diz-lhes que a liberdade

não se promete,

constrói-se,

e que a justiça

não cabe num slogan,

nem o futuro num discurso feito de sombras.

 

Lembra-lhes

que pensar dói,

mas mentir apodrece.

 

Não tragas respostas,

faz perguntas,

não ofereças muros,

abre janelas,

mesmo que não queiram olhar,

mesmo que virem o rosto,

continua.

 

Porque um só pensamento desperto

tem mais força

do que mil vozes repetidas.

 

E mesmo que não te ouçam hoje,

terás deixado uma faísca

e às vezes,

a chama começa

na dúvida mais pequena.

 

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