Seguidores

terça-feira, 29 de julho de 2025

O CÂNTICO DE INANNA E DUMUZI (Cântico sumério da união sagrada, onde o amor fecunda o ciclo eterno da vida, da morte e do renascimento.) /J.M.J.

No campo onde o vento acaricia as flores,

Dumuzi guarda o rebanho e os segredos da terra,

pastor do tempo, filho da manhã,

cujo corpo é mapa das estações que virão.

 

Ela desce do céu, Inanna, a rainha de todas as coisas,

vestida de luz, dona dos mistérios profundos,

a mulher que conhece a sede do mundo,

aquela que dança com o fogo e com a água.

 

Entre o ouro das espigas e o verde dos prados,

enlaçam-se em silêncio e desejo,

o toque é sagrado, o olhar é promessa,

e a terra responde com vida renovada.

 

Mas a alegria tem preço, o ciclo não se quebra:

Dumuzi parte para o mundo sombrio,

aos domínios do inverno, do esquecimento,

onde a morte dança, fria e inevitável.

 

Inanna chora as folhas que caem,

mas sabe que o amante renascerá,

quando a terra se abrir em flor e luz,

e a vida retomar o seu ritmo eterno.

 

Assim cantam os ventos antigos,

a história do amor que não morre,

da união que tece o tempo,

do sagrado que renasce em cada estação.

Sem comentários:

Enviar um comentário