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domingo, 27 de julho de 2025

O Silêncio Após o Trovão / J.M.J.

Ele ainda veste a pose dos antigos

e anda entre mapas como se o passado

lhe obedecesse,

mas o mundo já não curva a cabeça.

 

Não será a bala,

nem o estrondo do povo,

mas a lenta erosão da própria imagem

que o fará ruir.

 

A guerra que semeou

volta pelos olhos dos mortos,

que o visitam em sonhos

sem dizer palavra.

 

Os generais hesitam,

as praças calaram-se

e até o espelho

já o devolve partido.

 

Cairá

não como os tiranos da história,

mas como o último sopro

de uma estátua esquecida,

que o tempo recusou salvar.

 

E então virá o depois,

sem bandeiras,

sem gritos,

apenas a palavra paz,

dita por alguém que sobreviveu.

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