Ele ainda veste a pose dos antigos
e anda entre mapas como se o passado
lhe obedecesse,
mas o mundo já não curva a cabeça.
Não será a bala,
nem o estrondo do povo,
mas a lenta erosão da própria imagem
que o fará ruir.
A guerra que semeou
volta pelos olhos dos mortos,
que o visitam em sonhos
sem dizer palavra.
Os generais hesitam,
as praças calaram-se
e até o espelho
já o devolve partido.
Cairá
não como os tiranos da história,
mas como o último sopro
de uma estátua esquecida,
que o tempo recusou salvar.
E então virá o depois,
sem bandeiras,
sem gritos,
apenas a palavra paz,
dita por alguém que sobreviveu.
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