Não foi nome,
foi sopro.
Um antes do som
em que o silêncio se reconheceu.
Já me és,
como a luz que antecede a estrela,
como o rastro que persiste
mesmo depois do corpo partir.
E eu te sou
no intervalo onde o tempo não conta,
onde o gesto é tão antigo
que já não se distingue do ser.
Foi o primeiro,
mas não começou,
apenas apareceu,
com o brilho de quem sempre esteve,
no céu onde algo em nós se curva
para escutar o que já sabia.
Não dissemos,
mas fomos ditos.
Ali,
no céu da existência de nós,
houve poema
e ele respirou.
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