Entre o Deus-Rei e o povo,
não há descanso nem repouso.
A fidelidade é abismo,
onde promessas se perdem no vazio.
O amor que exige não é dado,
não é de quem recebe,
mas de quem nunca vê,
é o amor que se desintegra na ausência.
A cada erro, a cada falha,
o Deus-Rei se retira,
fazendo do povo um reflexo
da sua própria ira.
Não há perdão, não há retorno,
pois a queda é inevitável,
e outros, com outros deuses,
são chamados a castigar.
O povo, à procura da sua redenção,
nunca poderá preencher
o vazio que vive em suas ações,
porque a fidelidade nunca será suficiente.
O Deus-Rei, cego em sua exigência,
não questiona a sua própria infidelidade.
A dor, o sofrimento, o castigo
são suas únicas respostas.
E o povo, perdido em sua busca,
está imerso num vazio sem fim,
eternamente submisso,
à necessidade de agradar ao que nunca entenderá.
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