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segunda-feira, 7 de julho de 2025

Um Reino de Sede / J.M.J.

Entre o Deus-Rei e o povo,

não há descanso nem repouso.

A fidelidade é abismo,

onde promessas se perdem no vazio.

 

O amor que exige não é dado,

não é de quem recebe,

mas de quem nunca vê,

é o amor que se desintegra na ausência.

 

A cada erro, a cada falha,

o Deus-Rei se retira,

fazendo do povo um reflexo

da sua própria ira.

 

Não há perdão, não há retorno,

pois a queda é inevitável,

e outros, com outros deuses,

são chamados a castigar.

 

O povo, à procura da sua redenção,

nunca poderá preencher

o vazio que vive em suas ações,

porque a fidelidade nunca será suficiente.

 

O Deus-Rei, cego em sua exigência,

não questiona a sua própria infidelidade.

A dor, o sofrimento, o castigo

são suas únicas respostas.

 

E o povo, perdido em sua busca,

está imerso num vazio sem fim,

eternamente submisso,

à necessidade de agradar ao que nunca entenderá.

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