Existe uma respiração que se aprende com o outro
sem se dar por isso.
Estar perto, torna-se afinar,
o silêncio ganha compasso,
o olhar antecipa
e o toque nem precisa de razão.
Quando dois ritmos se encontram,
não é preciso combinar passos,
é só deixar que os corpos saibam.
Mas esse saber não dura por força,
é como a maré:
vem se for tempo,
vai se já foi.
Mesmo assim, fica a memória do
compasso,
da pulsação que nos alinhou por
instantes
como dois ramos da mesma árvore ao
vento.
E quando já não há sintonia,
o corpo sente,
a pausa estranha,
o olhar pergunta
e o que era dança
volta a ser caminho.
Ainda assim, valeu,
porque por um tempo,
fomos música.
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