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terça-feira, 8 de julho de 2025

Quando Dois Ritmos Se Encontram / J.M.J.

Existe uma respiração que se aprende com o outro

sem se dar por isso.

 

Estar perto, torna-se afinar,

o silêncio ganha compasso,

o olhar antecipa

e o toque nem precisa de razão.

 

Quando dois ritmos se encontram,

não é preciso combinar passos,

é só deixar que os corpos saibam.

 

Mas esse saber não dura por força,

é como a maré:

vem se for tempo,

vai se já foi.

 

Mesmo assim, fica a memória do compasso,

da pulsação que nos alinhou por instantes

como dois ramos da mesma árvore ao vento.

 

E quando já não há sintonia,

o corpo sente,

a pausa estranha,

o olhar pergunta

e o que era dança

volta a ser caminho.

 

Ainda assim, valeu,

porque por um tempo,

fomos música.

 

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