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terça-feira, 8 de julho de 2025

O símbolo que me habita / J.M.J.

Quando sinto, não é só emoção,

é um arquétipo que acorda

e pede corpo.

 

Dou-lhe o meu.

 

O Amor, por exemplo,

entra-me nos olhos,

ferve-me no peito,

e pinta tudo o que toco

com a cor que ainda não tem nome.

 

Crio imagens porque preciso

que o invisível respire.

A arte é a ponte,

mas também é o rio,

e eu deixo-me levar.

 

Não quero só fazer,

quero ser feito,

pelo que pulsa para lá do meu nome,

pela energia que me atravessa

e me reclama como parte.

 

Às vezes dói,

porque não há beleza sem risco,

nem símbolo sem entrega,

mas mesmo assim prossigo.

 

Porque sei

que há em mim

uma centelha do Universo

que pede forma.

 

E é por isso que crio,

para que o mundo

me veja a alma.

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