Quando sinto, não é só emoção,
é um arquétipo que acorda
e pede corpo.
Dou-lhe o meu.
O Amor, por exemplo,
entra-me nos olhos,
ferve-me no peito,
e pinta tudo o que toco
com a cor que ainda não tem nome.
Crio imagens porque preciso
que o invisível respire.
A arte é a ponte,
mas também é o rio,
e eu deixo-me levar.
Não quero só fazer,
quero ser feito,
pelo que pulsa para lá do meu nome,
pela energia que me atravessa
e me reclama como parte.
Às vezes dói,
porque não há beleza sem risco,
nem símbolo sem entrega,
mas mesmo assim prossigo.
Porque sei
que há em mim
uma centelha do Universo
que pede forma.
E é por isso que crio,
para que o mundo
me veja a alma.
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