Há um tempo que só eu conheço.
Não o dita o relógio,
nem o exige o mundo.
É o tempo da seiva que sobe,
da ideia que amadurece,
da espera que não é inércia
mas fermentação.
Às vezes acordo
e tudo em mim quer semente.
Outras, o que pulsa é colheita,
ou luto,
ou só silêncio.
Aprendi a escutar esse ritmo.
Não o controlo.
Mas danço com ele
como quem sente a música antes da
nota.
Os astros ensinaram-me
que o céu também tem corpo.
E que o meu corpo tem órbitas.
Por dentro de mim
vive um maestro invisível
que rege emoções, decisões,
e até os passos do meu dia.
Sigo esse compasso
porque é o único que não me perde.
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