Há um ponto no ar que muda de densidade,
como se o tempo parasse para
escutar
antes de continuar.
Não é o som,
nem o reflexo,
nem a memória,
é outra coisa.
Uma vibração que o corpo capta
sem palavras,
sem imagens,
mas que deixa
a nuca em atenção
e o coração a meio caminho.
Talvez seja só
a pele a lembrar que é porosa,
ou o espaço
a ajustar-se à proximidade.
Não há sombra,
nem prova,
mas há o saber.
O saber sem saber.
Como quem sente
que não está só,
e, por um momento,
também isso é pertença.
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