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segunda-feira, 7 de julho de 2025

Primavera Sem Templos / J.M.J.

Caem os velhos templos,

silenciam-se os altares,

onde outrora se erguiam promessas,

restam apenas ecos vazios.

 

O ouro já não reluz,

não há fiéis para sustentá-lo.

O tempo varre os tronos,

e os deuses feitos de pedra

quebram-se sem um grito.

 

As cidades erguem-se sem dogmas,

os nomes dos profetas dissolvem-se,

porque a fé já não se impõe,

nasce no olhar de quem desperta.

 

Não há juízes eternos,

nem livros que decretem o caminho.

Cada um descobre em si

o universo que carrega,

o templo sem paredes,

o céu que não precisa de céu.

 

O inverno foi longo,

mas a primavera chega

não pelos que esperam milagres,

mas pelos que ousam ver

que sempre foram a própria luz.

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