Caem os velhos templos,
silenciam-se os altares,
onde outrora se erguiam promessas,
restam apenas ecos vazios.
O ouro já não reluz,
não há fiéis para sustentá-lo.
O tempo varre os tronos,
e os deuses feitos de pedra
quebram-se sem um grito.
As cidades erguem-se sem dogmas,
os nomes dos profetas dissolvem-se,
porque a fé já não se impõe,
nasce no olhar de quem desperta.
Não há juízes eternos,
nem livros que decretem o caminho.
Cada um descobre em si
o universo que carrega,
o templo sem paredes,
o céu que não precisa de céu.
O inverno foi longo,
mas a primavera chega
não pelos que esperam milagres,
mas pelos que ousam ver
que sempre foram a própria luz.
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