Seguidores

segunda-feira, 7 de julho de 2025

O Peso do Silêncio /J.M.J.

No ventre da terra, a sombra se estende,

E o homem, em sua ânsia, rasteja por domínios.

Mas o que é o poder senão o rugido de um grito?

Uma chama que consome, uma flor que murcha na mão.

 

A riqueza, líquida e fria, entrelaça-se nos dedos,

Enquanto os corpos famintos sonham com a luz da alvorada.

Mas quem detém o ouro não sabe da fome,

Nem da fome do espírito que, calada, clama por liberdade.

 

Entre os abismos da desigualdade, o futuro se desenha,

A marcha das máquinas não conhece piedade,

E os homens, reduzidos ao barro da terra,

Esquecem que a alma ainda é a chave da humanidade.

 

Mas há uma força nas estrelas que nos chama,

Um vento que sopra através dos tempos.

O equilíbrio não se perde, apenas se adia,

Porque todo império que oprime, há de cair,

E toda a dor, se soubermos ouvir, tornará a ser luz.

 

O amor, não o possuído, mas o compartilhado,

É a sabedoria que une, é a voz que não se cala.

Na escuridão, somos todos uma chama,

E só juntos podemos construir o amanhã.

 

O que temos nas mãos não é apenas o que herdámos,

Mas o que decidimos ser.

E na agnose da verdade, entre a dor e o fogo,

Ergue-se a humanidade que não teme mais o abismo,

Mas que caminha, com coragem, para a luz.

Sem comentários:

Enviar um comentário