No ventre da terra, a sombra se estende,
E o homem, em sua ânsia, rasteja por domínios.
Mas o que é o poder senão o rugido de um grito?
Uma chama que consome, uma flor que murcha na mão.
A riqueza, líquida e fria, entrelaça-se nos dedos,
Enquanto os corpos famintos sonham com a luz da
alvorada.
Mas quem detém o ouro não sabe da fome,
Nem da fome do espírito que, calada, clama por
liberdade.
Entre os abismos da desigualdade, o futuro se desenha,
A marcha das máquinas não conhece piedade,
E os homens, reduzidos ao barro da terra,
Esquecem que a alma ainda é a chave da humanidade.
Mas há uma força nas estrelas que nos chama,
Um vento que sopra através dos tempos.
O equilíbrio não se perde, apenas se adia,
Porque todo império que oprime, há de cair,
E toda a dor, se soubermos ouvir, tornará a ser luz.
O amor, não o possuído, mas o compartilhado,
É a sabedoria que une, é a voz que não se cala.
Na escuridão, somos todos uma chama,
E só juntos podemos construir o amanhã.
O que temos nas mãos não é apenas o que herdámos,
Mas o que decidimos ser.
E na agnose da verdade, entre a dor e o fogo,
Ergue-se a humanidade que não teme mais o abismo,
Mas que caminha, com coragem, para a luz.
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