Prendem vozes no silêncio das celas,
rasgam sonhos nas sombras das prisões,
julgam corações com pressa e medo,
marcam na pele o peso da dor.
Mas não morre a chama que arde nas mãos,
nem se cala o sussurro que nasce na madrugada
e nos olhos cansados, a luz ainda brilha,
uma força invisível, teimosa, eterna.
O medo é muro, mas também é ponte,
construída por mãos que se negam a desistir
e no abraço oculto entre irmãos,
na coragem que não pede permissão,
a esperança floresce, muda e livre,
como raiz que rompe a pedra,
como o vento que não se dobra,
como o fogo que renasce sempre,
porque o povo, mesmo oprimido,
é semente que guarda a primavera.
(Em solidariedade com o povo iraniano,
que, mesmo sob o peso da opressão e do medo,
mantém viva a chama da coragem e da esperança.
Que este poema seja um eco do seu grito silencioso,
um abraço que atravessa fronteiras,
e uma semente de primavera em tempos sombrios. 2 julho 2025 JMJ)
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