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segunda-feira, 7 de julho de 2025

O Toque da Palavra / J.M.J.

Em silêncio, o toque já começa,

não de mãos, mas de alma, que toca a pele

do pensamento.

O corpo é apenas a sombra

do que o desejo tenta pronunciar.

 

Se as palavras fossem toques,

seriam carícias,

seriam lábios a se perder na memória

do que nunca se tocou.

Ah, mas as palavras tocam,

elas tocam sem limites,

em um êxtase que não pede permissões,

que não faz sentido, mas é sentido.

 

Fazemos amor no entrelaçar de frases,

onde o silêncio é a maior das explorações.

Nossos corpos se fundem no verso,

onde cada sílaba é uma carícia,

onde cada linha é um beijo não dado,

mas dado, com a alma nua.

 

A mente se dissolve,

como fogo a derreter gelo,

explorando os recessos do corpo do outro,

onde o prazer é uma palavra,

onde o desejo é um verbo,

onde o amor se reinventa a cada respiração.

 

E ao final, não há "fim",

mas um recomeço,

onde nasce a obra,

onde nasce a cria

do que o corpo jamais tocou,

mas que a poesia tocou sem medo.

 

Somos a fundação de um novo amor,

onde a pele se faz palavra,

e o sexo é um sonho

que a poesia sussurra.

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