Em silêncio, o toque já começa,
não de mãos, mas de alma, que toca a pele
do pensamento.
O corpo é apenas a sombra
do que o desejo tenta pronunciar.
Se as palavras fossem toques,
seriam carícias,
seriam lábios a se perder na memória
do que nunca se tocou.
Ah, mas as palavras tocam,
elas tocam sem limites,
em um êxtase que não pede permissões,
que não faz sentido, mas é sentido.
Fazemos amor no entrelaçar de frases,
onde o silêncio é a maior das explorações.
Nossos corpos se fundem no verso,
onde cada sílaba é uma carícia,
onde cada linha é um beijo não dado,
mas dado, com a alma nua.
A mente se dissolve,
como fogo a derreter gelo,
explorando os recessos do corpo do outro,
onde o prazer é uma palavra,
onde o desejo é um verbo,
onde o amor se reinventa a cada respiração.
E ao final, não há "fim",
mas um recomeço,
onde nasce a obra,
onde nasce a cria
do que o corpo jamais tocou,
mas que a poesia tocou sem medo.
Somos a fundação de um novo amor,
onde a pele se faz palavra,
e o sexo é um sonho
que a poesia sussurra.
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