O amor
é uma tempestade de estrelas
a dançar
nas curvas do silêncio,
onde as palavras
se fazem corpos,
onde os corpos
se tornam vento
e fogo.
Cada toque
é uma chama
que nasce do vazio
e se eleva ao céu,
onde a carne se dissolve
como pó de estrelas
em movimento.
E, ao amar,
desfazemos o tempo,
o espaço,
a razão,
e rendemo-nos à espiral
que nos consome,
onde o suor é mel
e a saliva, néctar,
onde os olhos são ânforas
a derramar segredos
inconfessáveis.
Amar
é beber a lua
e morder o sol,
descer até aos rios da terra
e fundir-se com a água,
beijar os limites do medo
e da libertação.
O amor
é o tecido invisível
que cose as carnes
e os corações,
onde a mente
é labirinto
e o corpo,
a chave.
Cada movimento
é um poema
feito de suor
e suspiros,
onde as palavras
são carícias
e as carícias,
frases proibidas.
Amar
é o verbo
que não se pronuncia,
mas que se sente
como um fogo
nas entranhas,
um fogo
que consome,
mas também ilumina
as sombras
que tememos.
E, no desejo,
o corpo
é um mapa
de ilhas desconhecidas,
onde cada beijo
é uma coordenada
e cada suspiro,
um território revelado.
O amor, então,
é o mar
onde as ondas
não param de se beijar,
e a espuma
é a memória do prazer
que nunca acaba,
mas se reinventa
a cada toque.
Amar
é essa dança
sem fim,
onde o corpo
e a mente se tocam
e a libido
se torna música,
uma melodia
que desliza nos poros
e faz o ser inteiro cantar.
É quando a mente
perde o controlo
e o corpo
se torna poesia,
uma poesia
que não se lê,
mas se sente
no fundo da pele.
O amor,
em sua essência,
é a libertação dos limites,
a transgressão
do que é conhecido,
o verbo
que se dissolve
no fundo
de um abraço
sem limites.
É, por fim,
a metamorfose
de dois corpos
num só sonho,
onde não há termo
nem começo,
mas apenas o êxtase
de ser
e existir,
sem amarras,
sem medos,
apenas o puro desejo
de se tocar.
Sem comentários:
Enviar um comentário