Na terra sem nome,
o velho caminhava, careca, sem segredo,
e o riso das crianças
ecoou como uma sombra leve.
Era só um som, mas era a afronta,
uma risada que não se ajoelhava.
E Deus, que tudo ouve,
fez-se silêncio.
Mandou as feras,
duas, sem rosto,
sem dor.
E as crianças caíram,
o riso ainda no ar.
Porque o riso de inocentes
não sabe que há um preço
para quem não se curva,
e desenhou-se no chão
o sangue dos puros
às garras de um Deus impiedoso.
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