Caminha sobre a planície branca,
onde o vento se curva em silêncio,
onde as sombras são longas e imóveis,
presas no cristal do tempo.
Os olhos refletem muralhas de inverno,
um império esculpido em gelo,
onde reis não sangram, apenas estalam,
onde coroas brilham como lâminas frias.
O mundo se dobra sob seus passos,
mas o gelo canta rachaduras secretas,
um murmúrio fino, quase esquecido,
do degelo que um dia virá.
E quando a luz quebrar o cetro,
quando os rios subirem contra o trono,
restará apenas a memória pálida
de um império dissolvido na água.
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