No dia em que nos deram cravos
há quem grite certezas
desenhadas a fumo.
Lance frases ao ar
como se ao dizê-las
a verdade nascesse.
Palavras que não trazem raízes,
mas juram abalar o chão.
Palavras que só querem ver o medo pegar fogo.
Há quem espalhe estas brasas
com a mão que finge defender,
sabendo que o medo vende,
que o medo silencia,
que o medo escolhe.
No dia em que nos deram cravos,
importa lembrar
que a liberdade não se ergue
com frases repetidas, vazias de sentido,
mas com olhos que veem
e ouvidos que pensam.
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