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quinta-feira, 24 de julho de 2025

No dia em que nos deram cravos / J.M.J.

No dia em que nos deram cravos

há quem grite certezas

desenhadas a fumo.

 

Lance frases ao ar

como se ao dizê-las

a verdade nascesse.

 

Palavras que não trazem raízes,

mas juram abalar o chão.

Palavras que só querem ver o medo pegar fogo.

 

Há quem espalhe estas brasas

com a mão que finge defender,

sabendo que o medo vende,

que o medo silencia,

que o medo escolhe.

 

No dia em que nos deram cravos,

importa lembrar

que a liberdade não se ergue

com frases repetidas, vazias de sentido,

mas com olhos que veem

e ouvidos que pensam. 

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