A pele veste-se de sombra,
mas o rosto não se esconde.
O olhar é um espelho que se desfaz,
transitando entre o que somos e o que não sabemos.
Mascaramos o vento,
escondemos a essência que voa no céu da noite.
A vaidade é o abismo que se ergue,
um vulto de ouro que afasta a alma do corpo.
Eis o ser, nu sob as camadas de roupas
que não aquecem a dor,
que não tocam a verdadeira carne
que pulsa nas fibras do não-dito.
Seres que se perdem entre o reflexo e o eco,
buscando a simetria da ausência,
onde o espaço entre o que se mostra
e o que se sente é um abismo sem nome.
As máscaras se sobrepõem,
silenciosas como espectros,
mas cada gesto, cada passo,
carrega o peso do que tentamos ocultar.
O ser é uma nuvem dissolvendo-se em névoa,
um campo de flores com raízes de fogo,
onde a simplicidade dança com a complexidade
no balé imortal da insegurança.
E assim, nos vestimos de estrelas,
mas o céu, invisível, está lá,
não como constelação,
mas como um suspiro de vento,
tão intocado quanto a nossa verdade.
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