Ser breve, dizer pouco,
na fragilidade do instante,
é como uma centelha que acende um fogo imenso,
mas sem consumir todos os passos.
Cada palavra é um reflexo de um universo maior,
e cada silêncio entre as frases,
um sussurro do que ainda não se revelou.
A simplicidade se faz presente,
e, em poucas palavras,
condensam-se vastidões do nosso ser:
desejos em chamas,
memórias presas na poeira do tempo,
medos que ainda dançam na sombra do nunca.
As palavras curtas são como portais:
não revelam tudo,
mas convidam a atravessá-los,
a descobrir o que se encontra além,
em nós mesmos
e no mundo à nossa volta.
É o enigma do silêncio
que nos empurra para o sonho,
que nos enreda na teia do infinito,
sem que saibamos como nos soltar.
Olhar o essencial
é perder-se na transparência das coisas,
onde o que importa pulsa em silêncio,
sem ser nomeado, sem ser tocado.
Ser breve, dizer pouco,
na fragilidade do instante,
carrega um exército de signos ocultos,
e é essa a força da essência:
o que não se diz, mas se pressente,
o que se perde na ausência,
onde o ser se dissolve e se recria.
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