No limiar da era, cresce o peso invisível,
sombras desdobram-se em múltiplos rostos.
O antigo se rompe,
não por vontade, mas pela urgência do fogo oculto.
O Eu sente a pressão das forças subterrâneas,
o espelho fragmenta-se entre luz e escuridão.
Relações, laços, identidades são testados,
forçados a reinventar-se no silêncio do abismo.
Emoções ferozes e repentinas,
surgem como trovões em céus rasgados,
desnudando medos ancestrais,
desafios imprevistos clamam por libertação.
Disciplina e sonho lutam numa dança tênue,
onde rigidez confronta a névoa,
e o caminho se abre, tortuoso,
para aqueles que ousam renascer do caos.
Este é o tempo dos despojados,
que caminham entre ruínas e promessas,
carregando a centelha
que não se apaga mesmo na escuridão mais densa.
(No pulsar das eras, quando as velhas estruturas desabam, somos chamados a
enfrentar não apenas o mundo exterior, mas as sombras internas que guardamos. A
centelha que carregamos é o fio invisível que nos guia através do caos, uma luz
tênue, porém implacável, que nos impele a renascer, a transformar o medo em
força, a dor em sabedoria.
Este poema é um convite a reconhecer a urgência do momento presente, onde o
velho se desfaz e o novo ainda se esconde na névoa. É na dança entre a rigidez
e o sonho, entre a sombra e a luz, que o caminho do verdadeiro despertar se
revela.
Que possamos caminhar, mesmo na escuridão mais densa, com a coragem dos
despojados e a chama da centelha oculta sempre acesa.)
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