Adão, o primeiro eco no vazio,
nem homem, nem terra,
mas semente de um cosmos contido.
Nos olhos, o reflexo do infinito,
nas mãos, o pó da origem,
tocado por algo que não tem nome,
mas é chama.
Caminhou entre sombras e luzes fragmentadas,
com os pés firmes, a alma errante,
buscando a verdade na vastidão do ser,
homem cósmico, espelho das energias ancestrais.
Sua essência, frágil como barro,
na vertigem da liberdade,
onde o pecado não é peso,
mas o peso de ser,
um eco que retorna ao princípio.
No peito, o segredo da razão,
consciência que nasce e se esconde,
chama que consome e eleva,
não à busca de um trono,
mas de uma revelação encarnada.
Ele, o reflexo,
não a forma acabada,
mas a essência do ser.
O homem se reflete no caminho de Adão,
onde o velho sábio dança no espaço,
mestre do universo, filho da terra,
tecendo a liberdade que desafiou,
dividido entre os mundos que criou e os que perdeu.
Na cruz das escolhas infinitas,
renasce, não para redenção,
mas para a viagem eterna,
onde cada passo é uma perda,
cada silêncio, uma nova voz.
Assim vai o homem,
num salto, no voo eterno, sem fim,
buscando o Criador sem nome,
que toca a alma,
ao sabor da liberdade que nunca se consome.
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