Há dias em que, somos duas metades fundidas,
um ser que dança sem ver o corte,
em cada espelho, um eco perdido
onde as sombras se encontram e se desmembram.
O amor é esta busca por algo que não existe,
Um caminho sem mapa, sem fronteira,
cujas mãos, ao toque, desenham novos contornos
onde os corpos se expandem e se dissolvem.
A alma, feita de todos,
não pergunta de onde vem ou para onde vai,
pois sabe que em cada abraço o infinito cabe
e que a liberdade não é um nome,
mas o gesto que precede a palavra.
E há aqueles que se olham,
sem ver o que se espera de seus corpos,
apenas o desejo de se encontrar
no espaço vazio entre o toque e a respiração.
Não somos quem nos disseram ser,
somos a busca eterna,
o corte que, ao ser feito, já se curou,
unindo todas as partes, em silêncio,
na quietude do que nunca se separou.
Poema dedicado aos filhos do Sol, da Terra e da Lua.
(inspirado no discurso de Aristófanes, na obra de
Platão “O Banquete”)
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