Sete dias, repouso das águas,
mar que devora as horas,
acalma-se nas suas asas de sal.
O homem, sem a graça dos deuses,
não conhece o abraço da calmaria sem esforço.
O vento, a tempestade, as ondas,
não cessam por piedade ou sorte,
mas pelo trabalho da alma que desafia,
que vence o caos com suas mãos.
Não há proteção que venha do alto,
nem paz que se dê sem luta.
O ser humano, com a força de seu ser,
trabalha para silenciar as marés,
para encontrar, por breves instantes,
a tranquilidade que brota do esforço,
da persistência, do voo que desafia.
Os seus ovos, fruto de sua jornada,
brilham não pela graça divina,
mas pela vontade de transformar o impossível
em algo possível,
e algo possível
em algo sublime.
E assim o homem voa,
não por bênção, mas por conquista,
alcançando, por breves momentos,
tranquilidade num esforço sobre-humano,
erguendo-se através das forças divinas
que nascem e ardem das suas entranhas.
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