— Onde buscas agora o teu passo,
quando a escuridão já não te prende?
— Busco o céu que se abre em mim,
o horizonte que se expande,
a voz que rompe o silêncio antigo.
— Que luz guia o teu caminho,
depois do fogo e da queda?
— A luz que nasce do abraço à sombra,
do encontro com o que sou, inteiro e fragmentado,
a luz que dança na liberdade da aceitação.
— E como te ergues diante do mundo,
quando a luta ainda vive nas veias?
— Com a coragem do renascido,
com a certeza de que cada ferida
é um portal para o infinito.
— O que dizes ao mundo que te vê agora?
— Digo que a ascensão não é fuga,
mas presença,
e que o maior voo é o de quem sabe
que a alma é imensa, mesmo nas suas cicatrizes.
(Depois da sombra, da queda e do fogo, há um momento em que o ser se eleva.
Não como fuga do mundo — mas como retorno a si, inteiro, desperto.
A Ascensão não é um milagre exterior, mas um movimento interno:
quando o peso antigo já não prende,
quando o passado já não dita o passo,
quando o que nasceu das cinzas sabe caminhar com leveza e verdade.
Este poema fala dessa travessia sagrada,
não como conquista, mas como libertação —
quando o espírito, forjado na dor, se lembra de suas asas.
Que estas palavras inspirem quem ainda está no fogo,
e celebrem quem já começou a subir.)
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