Seguidores

segunda-feira, 7 de julho de 2025

A Ascensão /J.M.J.

— Onde buscas agora o teu passo,

quando a escuridão já não te prende?

 

— Busco o céu que se abre em mim,

o horizonte que se expande,

a voz que rompe o silêncio antigo.

 

— Que luz guia o teu caminho,

depois do fogo e da queda?

 

— A luz que nasce do abraço à sombra,

do encontro com o que sou, inteiro e fragmentado,

a luz que dança na liberdade da aceitação.

 

— E como te ergues diante do mundo,

quando a luta ainda vive nas veias?

 

— Com a coragem do renascido,

com a certeza de que cada ferida

é um portal para o infinito.

 

— O que dizes ao mundo que te vê agora?

 

— Digo que a ascensão não é fuga,

mas presença,

e que o maior voo é o de quem sabe

que a alma é imensa, mesmo nas suas cicatrizes.

 

 

 

(Depois da sombra, da queda e do fogo, há um momento em que o ser se eleva.

Não como fuga do mundo — mas como retorno a si, inteiro, desperto.

A Ascensão não é um milagre exterior, mas um movimento interno:

quando o peso antigo já não prende,

quando o passado já não dita o passo,

quando o que nasceu das cinzas sabe caminhar com leveza e verdade.

Este poema fala dessa travessia sagrada,

não como conquista, mas como libertação —

quando o espírito, forjado na dor, se lembra de suas asas.

Que estas palavras inspirem quem ainda está no fogo,

e celebrem quem já começou a subir.)

 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário