— Voltas ao ponto onde tudo começou,
mas não és mais o que foste.
— Carrego o fogo e as cinzas,
a luz e a sombra entrelaçadas,
a paz que nasce do caos vivido.
— O que levas na bagagem agora?
— Levo o saber da queda e da forja,
a força do guardião desperto,
a certeza de que o limiar é sagrado.
— E ao mundo que deixaste para trás,
o que dizes agora?
— Digo que a jornada nunca acaba,
que cada fim é um recomeço,
que a alma é um eterno retorno,
e que a verdadeira liberdade
é aceitar o ciclo infinito do ser.
(Depois da ascensão, há um passo silencioso que muitos esquecem: o retorno.
Não se volta ao ponto de partida — volta-se com olhos que viram,
com um coração que ardeu e renasceu.
O Retorno é o momento em que aquele que atravessou a sombra, caiu, foi
forjado e se ergueu, regressa ao mundo.
Não como mestre, mas como irmão.
Não para fugir da vida, mas para habitá-la com verdade.
Este poema fala da reintegração:
do saber partilhado sem orgulho,
da presença silenciosa que já não precisa provar nada,
do ser que agora caminha leve, porque já não carrega máscaras.
Que esta palavra seja abrigo para quem volta,
e farol para quem ainda está a caminho.)
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