No lugar onde o humano roça o invisível,
há sempre um eco de fragilidade,
mas também uma chama antiga
que resiste sem se explicar.
A luta acontece em silêncio,
nos gestos que não se veem,
na escuta que se afina
com o compasso secreto do mundo.
E mesmo quando tudo parece disperso,
há uma aliança oculta
entre o coração, o tempo
e o movimento do céu.
Entre a dor de se perder
e o pressentimento de se encontrar,
a mente ergue passagens
por onde a alma ousa atravessar.
Como barro entre mãos incertas,
vai-se formando o que ainda não tem nome,
mas já pulsa.
Na pressa dos dias,
há faróis que se acendem discretos:
um olhar que ampara,
uma palavra que sustém,
um silêncio que não desvia.
O que se pede não é perfeição,
mas presença,
coragem para continuar
mesmo sem mapa,
força para ser abrigo
num mundo que vacila.
Todos seguimos dentro da mesma dança,
caótica e precisa,
como se o invisível desenhasse
um caminho sob os nossos pés.
E se as palavras puderem ser sementes,
que sejam lançadas com verdade,
para que mesmo na incerteza
haja direção.
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