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sexta-feira, 25 de julho de 2025

Não se diz o nome / J.M.J.

Há gestos que não se nomeiam,

como se o som

os fizesse arder na boca dos que julgam.

 

Há passos que só se dão no escuro,

não por medo,

mas porque a luz atrai os caçadores.

 

A pedra cai sempre para o lado de quem sonha,

mas não se quebra,

apenas aprende

a fundir o silêncio com a fúria.

 

As palavras não foram feitas

para quem não ouve,

por isso, digo com o corpo:

a existência é um direito,

e à verdade não se pede desculpa.

 

Não me deito no molde

que me deixaram à porta,

nem visto o traje da norma,

para caber no retrato de família.

 

Caminho, mesmo quando o chão

se veste de espinhos,

não para ferir,

mas para lembrar que há sangue

em todas as formas de amar.

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