Há gestos que não se nomeiam,
como se o som
os fizesse arder na boca dos que julgam.
Há passos que só se dão no escuro,
não por medo,
mas porque a luz atrai os caçadores.
A pedra cai sempre para o lado de quem sonha,
mas não se quebra,
apenas aprende
a fundir o silêncio com a fúria.
As palavras não foram feitas
para quem não ouve,
por isso, digo com o corpo:
a existência é um direito,
e à verdade não se pede desculpa.
Não me deito no molde
que me deixaram à porta,
nem visto o traje da norma,
para caber no retrato de família.
Caminho, mesmo quando o chão
se veste de espinhos,
não para ferir,
mas para lembrar que há sangue
em todas as formas de amar.
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