O escolhido sente o peso das noites sem descanso,
onde o silêncio grita mais alto que as vozes do dia,
sentindo as dúvidas apertarem-lhe o peito,
como correntes invisíveis que o tentam prender.
Mas aprende, pouco a pouco, a reconhecer
que a sombra não é inimiga, mas parte do caminho,
e que a escuridão abre espaço para as estrelas,
e que a dor é o solo onde a compaixão cresce.
Encontra no rosto dos outros reflexos seus,
naqueles que choram, que erram, que amam,
e descobre que ajudar não é salvar,
mas caminhar lado a lado, sem promessas falsas.
E quando o medo ameaça calar a semente,
uma palavra, um gesto, um olhar,
qualquer centelha de Amor, reacende a luz interna,
que não apaga, mas arde suave, constante.
Assim o escolhido segue, sem certezas,
com a semente crescendo devagar,
entre quedas e reerguimentos,
entre silêncio e cânticos baixos.
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