Há um lugar dentro de nós
onde tudo se despede e começa,
como se a alma caminhasse sobre uma ponte
que só aparece a cada passo.
As palavras que ontem guiaram,
hoje, pedem silêncio
e aquilo que parecia certo
reclina-se no colo da dúvida.
É tempo de desaprender o caminho
para reconhecer o rumo verdadeiro,
de aceitar que nem tudo se traduz,
e que há sinais que só a alma entende
quando o corpo se rende à escuta.
Não se trata de força,
mas de firmeza suave,
daquela que brota do coração quando ele arde
por algo que ainda não tem nome.
Quem conseguir habitar o intervalo
entre o que foi e o que será,
sentirá a luz a abrir fendas na noite,
porque entre o velho e o novo
vive o instante onde tudo muda.
23 Abril 2025
(Poema inspirado na configuração celeste deste dia — posição dos planetas e
aspetos)
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