Agora,
o véu levanta-se por dentro.
Não é a noite que chega,
é a linguagem da noite que se instala
entre os ossos do mundo.
Um sussurro antigo
percorre os corredores fechados,
toca portas seladas
com nomes esquecidos.
Quem fala agora não é um
mas a multidão dos que esperam,
dos que ardem em silêncio
por um sentido novo nas cinzas.
Nada será poupado:
nem as palavras gastas,
nem os pactos adormecidos
e tudo há de ser revisitado
à luz de uma lâmpada
que bruxuleia dentro do abismo.
Pois a mente não é mais refúgio,
é ferramenta,
e a palavra,
quando lançada no escuro,
torna-se ponte entre mundos.
Escutai:
não para fugir da morte,
mas para lhe dar uma forma
que possamos atravessar.
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