Não é no vidro fosco da erudição
que a chama se acende,
é no rosto que escuta,
na carne que vibra
quando a palavra lhe fala de si.
O teatro não é torre,
é chão de terra batida,
onde o sapato sujo do camponês
e o passo apressado do doutor
partilham o mesmo assento de
espanto.
A verdade não mora no escuro
onde se encena o ruído do vazio,
a verdade entra de olhos abertos,
com as mãos cheias de perguntas
e senta-se ao nosso lado.
Dai-nos a arte que não se
envergonha
de ser ponte,
de ter barro nas botas,
de rir alto,
de chorar por dentro
e de permanecer próxima.
Porque a beleza não precisa
de ser difícil
para ser profunda,
basta apenas que saiba
o nome do coração.
Sem comentários:
Enviar um comentário