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quarta-feira, 23 de julho de 2025

Ciclo de Silêncio / J.M.J.

Negam o remédio,

e entregam o corpo à sorte

num jogo de sombras e medo.

 

Fecham as portas da prevenção,

abrem as janelas do risco,

onde a dor cresce em silêncio.

 

Mulheres contam corpos,

não histórias,

vidas interrompidas pela ausência

do que poderia salvar.

 

Não é ciência,

não é cuidado,

é uma guerra disfarçada

com balas invisíveis.

 

Enquanto se queimam remédios,

se multiplicam os segredos,

os gritos que não chegam ao mundo.

 

É o preço da ignorância,

da ideologia sem rosto,

que escolhe o sofrimento

como moeda de poder.

 

E no silêncio das clínicas clandestinas,

a esperança se esvai

entre medos e lágrimas,

quando o direito à vida deveria ser

a única lei que importa.

 

(Este poema nasce da revolta e da tristeza diante de uma decisão que, sob pretextos ideológicos, condena milhares de mulheres à vulnerabilidade e ao sofrimento evitável. A destruição de contraceptivos financiados para países pobres não é apenas um desperdício de recursos, é um ato que alimenta ciclos de dor, clandestinidade e morte.

A escolha política que rejeita a prevenção em nome de dogmas afeta diretamente o direito fundamental à saúde e à vida das mulheres, principalmente das mais fragilizadas e invisibilizadas. É urgente que a humanidade desperte para a urgência de proteger e garantir esses direitos, porque só assim poderemos construir uma verdadeira paz social, que nasce do respeito e da justiça.

Este poema é um grito silencioso, uma denúncia contra a cegueira do poder e um apelo à consciência coletiva para que as mulheres deixem de ser vítimas da indiferença e da opressão.)

 

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