Negam o remédio,
e entregam o corpo à sorte
num jogo de sombras e medo.
Fecham as portas da prevenção,
abrem as janelas do risco,
onde a dor cresce em silêncio.
Mulheres contam corpos,
não histórias,
vidas interrompidas pela ausência
do que poderia salvar.
Não é ciência,
não é cuidado,
é uma guerra disfarçada
com balas invisíveis.
Enquanto se queimam remédios,
se multiplicam os segredos,
os gritos que não chegam ao mundo.
É o preço da ignorância,
da ideologia sem rosto,
que escolhe o sofrimento
como moeda de poder.
E no silêncio das clínicas clandestinas,
a esperança se esvai
entre medos e lágrimas,
quando o direito à vida deveria ser
a única lei que importa.
(Este poema nasce da revolta e da tristeza diante de uma decisão que, sob pretextos ideológicos, condena milhares de mulheres à vulnerabilidade e ao sofrimento evitável. A destruição de contraceptivos financiados para países pobres não é apenas um desperdício de recursos, é um ato que alimenta ciclos de dor, clandestinidade e morte.
A escolha política que rejeita a prevenção em nome de
dogmas afeta diretamente o direito fundamental à saúde e à vida das mulheres,
principalmente das mais fragilizadas e invisibilizadas. É urgente que a
humanidade desperte para a urgência de proteger e garantir esses direitos,
porque só assim poderemos construir uma verdadeira paz social, que nasce do
respeito e da justiça.
Este poema é um grito silencioso, uma denúncia contra
a cegueira do poder e um apelo à consciência coletiva para que as mulheres
deixem de ser vítimas da indiferença e da opressão.)
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