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terça-feira, 22 de julho de 2025

O Sonho do Poeta / J.M.J.

O poeta sonha sem saber,

pois sua pena traça o invisível

e o tempo, como um véu,

esconde o caminho das palavras.

 

Não há certeza no instante,

só a força de uma entrega mansa,

como um rio que flui sem ver a margem,

a alma fluindo na voz que ecoa no abismo.

 

As palavras, sementes lançadas no vento,

plantam raízes que ninguém verá

até que a terra esteja madura,

e o fruto, ainda adormecido, brote em silêncio.

 

O sonho do poeta é um lugar distante,

onde o agora se dissolve em possibilidades,

onde a verdade se despede do entendimento

e encontra sua morada na beleza da incerteza.

 

Ele não busca a resposta,

mas a visão que transcende,

um reflexo daquilo que será,

no que ainda não foi, mas há de ser.

 

E assim, ele escreve,

não para ser ouvido, mas para ser sentido,

sabendo que a sua arte,

como os sonhos da humanidade,

não precisa ser compreendida

para existir,

pois vive na eternidade da criação.

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