Há tempos em que pensar é heresia,
e a lucidez, um crime discreto.
Os que veem além da névoa
são tratados como os que a provocam.
Chamam-lhes arrogantes,
porque não temem a dúvida;
traidores,
porque não se ajoelham diante da multidão.
Mas o pensamento é chama,
pode queimar as mãos,
mas é ele que impede
que o mundo adormeça na escuridão.
Ser inteligente, quando o estúpido é rei,
é um ato de coragem silenciosa:
é escolher ver,
quando todos preferem a cegueira.
E mesmo que te chamem louco,
lembra-te;
toda a verdade começa
com o sussurro de um solitário
contra o coro do medo.
(Este poema inspira-se no espírito de Isaac Asimov,
refletindo sobre a coragem de pensar e a inteligência frente a um mundo, que
frequentemente celebra a ignorância e a violência como saída.)