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terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Horizonte Poético - Fio de Orientação

Quando a razão vacila

nasce uma tensão discreta,

como se algo dentro pedisse para ver melhor,

mesmo que isso implique encarar questões

que preferíamos deixar como estão.

 

A vontade de seguir em frente existe,

mas encontra limites firmes,

responsabilidades que não podem ser evitadas,

ou verdades que pedem mais maturidade

do que gostaríamos de admitir.

Há um teste silencioso à força interior:

agir, sim, mas com consciência.

 

Ao mesmo tempo cresce um desejo de expressão,

de sermos vistos, ouvidos, reconhecidos,

mas essa vontade cruza-se com memórias antigas,

com sombras que ainda moldam a forma

como procuramos atenção ou afeto.

É fácil confundir necessidade com impulso,

vontade com carência.

 

Ainda assim existe um fio discreto de orientação:

pequenos sinais, encontros oportunos,

pensamentos que se alinham

e mostram uma saída possível

no meio da tensão.

Nada espetacular, apenas pistas,

clarões breves que lembram

que o caminho não está fechado.

 

Nas relações mais profundas

abre-se espaço para reparação.

Entendimentos surgem sem esforço,

como se algo finalmente assentasse

no lugar onde antes só havia conflitos.

É uma harmonia que não se impõe,

mas cura.

 

No fundo, nada exige rupturas.

Pede-se antes coragem para olhar de frente

o que ainda pesa,

e paciência para não forçar

o que ainda não encontrou forma,

e, sobretudo, escuta.

 

Há movimento, sim,

mas é um movimento que nasce

da honestidade.

 

(Poema inspirado nos símbolos astrológicos que moldam o espírito deste dia, traduzido em linguagem poética.)

 

segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Horizonte Poético — Clareira Interior

Por vezes o ambiente reage mais ao que permanece oculto sob a rotina das decisões.

As emoções ganham movimento próprio,

fluem com facilidade

e revelam mudanças que antes pareciam improváveis.

Nada acontece com estrondo,

é mais como um vão silencioso,

uma clareira interior onde o instinto respira melhor.

 

As relações, formais ou íntimas,

entram num território subtil:

aquilo que é dito conta,

mas o que não é dito pesa ainda mais.

Há afinidades que se intensificam,

ligações que se tornam mais magnéticas

e sombras antigas que procuram expressão

para não ficarem esquecidas.

Nem tudo é confortável,

mas tudo tem intenção de verdade.

 

A mente ganha foco

e procura estruturar o que sente.

Pensamentos dispersos começam a organizar-se,

ideias ganham maturidade

e há uma maior disponibilidade para perceber limites

que já não podem ser ignorados.

Surge uma disciplina suave,

como se a razão oferecesse à sensibilidade

um lugar mais estável onde pousar.

 

Entretanto, forças mais profundas

continuam a mexer com os desejos,

com impulsos que pedem transformação

e recusam regressar às antigas molduras.

Algo neste mundo se pressente:

certos padrões já não servem

e insistir neles

é apenas adiar a mudança necessária.

 

Momentos que não empurram,

mas orientam;

não exigem rupturas,

mas acendem sinais.

E quem estiver atento

pode perceber que há caminhos

a germinar nas esferas mais ocultas das emoções

e que aquilo que parecia complexo demais

começa, lentamente,

a ganhar forma.

 

(Poema inspirado nos símbolos astrológicos que moldam o espírito deste dia, traduzido em linguagem poética.)

domingo, 7 de dezembro de 2025

Horizonte Poético - O Que Permanece

Há momentos em que a mente se torna mais lúcida,
não por revelação,
mas porque deixamos de fugir
a certas evidências que sempre ali estiveram.

Percebemos ligações simples
entre aquilo que sentimos
e o que pensamos que deveríamos sentir.
E, nesse contraste, surge um tipo de verdade
que não é confortável,
mas é honesta.

Nem sempre sabemos lidar com ela.
Há emoções que ressurgem
só porque parámos o suficiente para as escutar.
Não gritam,
apenas mostram que ainda existem partes de nós
onde não fomos totalmente sinceros connosco.

Não é drama,
é apenas humanidade.

E, quando a lucidez e a vulnerabilidade
aparecem ao mesmo tempo,
percebemos como é difícil conciliar
as expectativas que criámos
com a pessoa que realmente somos agora.

Esse encontro não resolve nada de imediato,
mas abre espaço,
dá-nos a possibilidade de olhar para dentro
sem justificações,
pressa,
máscaras.

No fundo, a pergunta é simples:
o que é verdadeiro para mim, agora?

Não o que foi,
o que deveria ser,
ou o que os outros esperam,
mas apenas o que permanece
quando retiramos tudo o que nos confunde.

Talvez ainda não saibamos responder.
Mas reconhecer que a pergunta existe
já é um começo,
uma espécie de maturidade
que não se impõe,
cresce.

E isso, por si só,
já é movimento suficiente.

 

(Poema inspirado nos símbolos astrológicos que moldam o espírito deste dia, traduzido em linguagem poética.)


sábado, 6 de dezembro de 2025

Horizonte Poético - O Ajuste Fino

Há alturas em que o pensamento se abre

como se o mundo fosse demasiado vasto

para caber na lógica

e demasiado próximo

para ser ignorado.

 

A mente corre, inquieta,

entre possibilidades que brilham

e questões que não encontram lugar.

É como respirar mais depressa

ao sentir uma verdade chegar

antes de sabermos o que fazer com ela.

 

Algo se manifesta

e quer avançar;

há força, intenção,

e uma direção que se acende lá dentro,

como quem finalmente percebe

o que já não se pode adiar.

 

Mas, ao mesmo tempo,

uma sombra antiga desperta:

a ferida que pede cuidado,

a memória que pede respeito.

Não para travar o passo,

mas para lembrar que mover-se

também é saber reconhecer o que dói.

 

Entre a lucidez que cresce

e o instinto que resiste,

algo se afina.

Descobre-se um ponto de equilíbrio

onde a ação se torna consciente

e a coragem deixa de ser impulso

para ser escolha.

 

A tensão não é inimiga;

é um sinal.

Um ajuste fino

entre querer ir

e entender para quê.

 

E, nesse lugar estreito

onde o sentido começa a formar-se,

a vida pede apenas

que o próximo passo

seja verdadeiro.

 

(Poema inspirado nos símbolos astrológicos que moldam o espírito deste dia, traduzido em linguagem poética.)

 

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Horizonte Poético - No Limiar da Viragem

A luz e o espelho não dizem a mesma coisa;

o que pensas divide-se do que sentes,

como duas vozes que caminham na mesma rua

mas não se reconhecem.

 

Há perguntas que sobem ao peito

como quem procura uma janela aberta,

e respostas que ficam tensas,

presas nos beirais do pensamento,

sem saber onde pousar.

 

Talvez seja isto o clarão das viragens:

a mente a correr para longe

enquanto algo mais fundo te puxa o braço

e insiste:

escuta melhor.

 

E tu ficas no meio,

entre o impulso de seguir em frente

e a inquietação teimosa

de que há um rumo a ser corrigido

antes que avance demais.

 

Ninguém gosta de parar para ajustar feridas,

mas há caminhos que se tornam mais leves

quando aceitas olhar para o sítio onde ainda dói,

e percebes que a dor só te trava

quando finges que já passou.

 

A vida pede coragem

não para saltar,

mas para alinhar o que está desordenado,

mesmo que ninguém veja esse gesto,

e pareça pequeno demais

para justificar tanto ruído dentro de ti.

 

Se te sentires dividido,

não temas;

às vezes o mundo inteiro abre-se em duas metades

só para te obrigar a ver

onde tens posto a tua verdade.

 

E quando tudo parecer demasiado claro

e confuso ao mesmo tempo,

lembra-te:

há revelações que só nascem

no ponto exato onde o céu e a terra discordam.

 

(Poema inspirado nos símbolos astrológicos que moldam o espírito deste dia, traduzido em linguagem poética.)

 

 

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Horizonte Poético - Relâmpago Interior

A verdade não pede entrada.

Arromba-te.

E o que estremece em ti

não é medo,

é reconhecimento.

 

O que ignoraste

ergue-se com o peso

de algo que não aceita

ser empurrado para a noite.

 

Aquilo que fingiste não ver

inclina-te a cabeça

até olhares de frente.

 

O rasgão que sentes

é só a parte antiga a romper,

a que vivia de concessões,

e se curvava para caber

no que já não tinha espaço.

 

Há uma força a puxar-te

para longe do que te é mais íntimo.

Não resistas:

o que te é próximo também pode ser prisão.

 

E aquilo que agora se solta

não é rebeldia,

é verdade atrasada.

 

A sombra que te confronta

não vem para te destruir;

vem exigir que pares de a temer.

 

Não expliques nada,

nem peças licença,

nem sacrifiques o que despertou

para preservar o que dorme.

 

Há mudanças que chegam

como relâmpago:

ferem, mas iluminam.

 

E o que agora te parece

violência do destino

é só a coragem

a recuperar o teu corpo.

 

Avança.

O que ruir agora

já estava morto.

 

O que ficar de pé

é teu.

 

(Poema inspirado nos símbolos astrológicos que moldam o espírito deste dia, traduzido em linguagem poética.)