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segunda-feira, 8 de setembro de 2025

O Autocarro de Nimbus

Do corpo humano nasce o movimento,

resíduos que o mundo descarta,

transformam-se em vento e viagem.

 

Cem vidas, uma energia compartilhada,

um autocarro que percorre ruas,

cidades que respiram esperança

nos gases convertidos em futuro.

 

O ciclo da vida em cada quilómetro,

o quotidiano que se transforma em impulso,

o que foi sombra torna-se força,

o que é esquecido, leva-nos adiante.

 

E assim, na linha V3,

o invisível do corpo humano

torna-se visível nas rodas que giram,

numa dança silenciosa de matéria e luz,

lembrando-nos que até o que é descartado

pode mover o mundo.

 

 

(Este poema é inspirado no projeto de Barcelona, em que excrementos humanos são convertidos em biometano para alimentar um autocarro urbano, o texto explora a poesia do ciclo da vida e da sustentabilidade. Cada quilómetro percorrido torna-se uma metáfora para o reaproveitamento, para a força invisível que nasce do que parecia inútil, lembrando-nos que até o que é desprezado pode tornar-se motor de mudança e esperança.)

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