Do corpo humano nasce o movimento,
resíduos que o mundo descarta,
transformam-se em vento e viagem.
Cem vidas, uma energia compartilhada,
um autocarro que percorre ruas,
cidades que respiram esperança
nos gases convertidos em futuro.
O ciclo da vida em cada quilómetro,
o quotidiano que se transforma em impulso,
o que foi sombra torna-se força,
o que é esquecido, leva-nos adiante.
E assim, na linha V3,
o invisível do corpo humano
torna-se visível nas rodas que giram,
numa dança silenciosa de matéria e luz,
lembrando-nos que até o que é descartado
pode mover o mundo.
(Este poema é inspirado no projeto de Barcelona, em que excrementos humanos
são convertidos em biometano para alimentar um autocarro urbano, o texto
explora a poesia do ciclo da vida e da sustentabilidade. Cada quilómetro
percorrido torna-se uma metáfora para o reaproveitamento, para a força
invisível que nasce do que parecia inútil, lembrando-nos que até o que é
desprezado pode tornar-se motor de mudança e esperança.)
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