Nos corredores do silêncio,
o olhar que tudo observa e tudo ordena,
ergue-se sem corpo, sem rosto,
prendendo gestos, moldando vontades.
Cada passo é medido, cada escolha vigiada,
mas entre as linhas de ferro invisível do poder,
uma faísca insiste em arder,
uma voz que se recusa a calar.
Somos prisioneiros e conspiradores,
cúmplices da norma, mas filhos da consciência,
e mesmo na disciplina que nos sufoca,
há fendas onde a liberdade se infiltra.
O sistema domina, mas não aprisiona tudo,
a alma encontra caminhos, sombras que ensinam fuga,
porque a rebelião é silenciosa e eterna,
e cada gesto de resistência é chama que não se apaga.
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