Dentro de cada célula
um fio invisível repousa,
dobrado em silêncio,
guardando a memória de tudo o que fomos
e o mapa de tudo o que podemos ser.
Se o estendesses,
dois metros de vida emergiriam
de um espaço menor que um sopro,
menor que a espessura de um cabelo.
Multiplica-o pelo corpo inteiro:
um oceano de triliões de fios,
um caminho tão vasto
que poderia tocar Plutão
e regressar à Terra
como se fosse um cometa de carne e luz.
No entanto,
toda essa imensidão habita no íntimo,
num abrigo microscópico,
onde o universo se curva
para caber dentro de nós.
Não é apenas código,
mas um milagre em espiral,
lembrando que o infinito
também se escreve
em escalas invisíveis.
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