Entre livros e altares ergueram-se homens,
não pela verdade, mas pela sede de mando.
A fé, que prometia unir, dividiu-se em sombras,
transformando o verbo sagrado em bandeira
e cada desagrado em pretexto para muros.
Cada semente de discordância
alimentou templos, tronos e hierarquias ocultas,
criando versões diferentes de uma mesma luz.
O que era caminho, tornou-se muralha;
o que era oração, instrumento de controle.
E nós, herdando esta tapeçaria de cismas,
aprendemos a caminhar entre promessas e sombras,
sabendo que a mensagem pura resiste,
mesmo entre igrejas que se erguem e se separam.
A consciência desperta entende:
o poder muda formas, mas jamais apaga a essência.
(Este poema reflete como, ao longo da história,
divergências de interpretação e ambições de poder deram origem a múltiplas
ramificações do cristianismo. Entre os exemplos marcantes estão: Constantino e
a fundação da Igreja Católica; Martinho Lutero com a Luterana; João Calvino e
John Knox com a Presbiteriana; Henrique VIII e a Anglicana; John Wesley e a
Metodista; Joseph Smith e os Mórmons; John Smith e a Batista; William Miller e
os Adventistas; Ellen White com a Igreja Adventista do Sétimo Dia; Charles Russell
e as Testemunhas de Jeová; além das várias correntes Pentecostais e suas
inúmeras expressões.
O propósito não é enumerar religiões, mas lembrar que
a fé, tantas vezes, foi moldada por disputas de poder, ainda que a sua
essência, intocável, permaneça viva.)
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